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SÍMBOLO X REPRESENTAÇÃO: ENTENDENDO AS DIFERENÇAS

Por Ricardo Cortez Lopes*


Muita gente confunde representação com símbolo — e não é à toa: os dois conceitos se cruzam o tempo todo no nosso cotidiano. Mas, apesar de relacionados, eles não são sinônimos. Hoje vamos conversar sobre essa diferença a partir de uma visão geral, para que você possa refletir e, se quiser, aprofundar nos comentários.


O que é representação?

A representação é um sistema que liga algo pensado ou percebido (o referente) a uma forma de expressá-lo. Ela é mediada pelo nosso aparato cognitivo — ou seja, pelo jeito como nosso cérebro e nossa cultura organizam e interpretam o mundo.


Por isso, representações podem mudar de conteúdo se não forem corroboradas ou se forem reinterpretadas. Nesse sentido, uma representação é quase como um organismo vivo, sujeito a transformações ao longo do tempo.


No campo da represontologia, a representação também é vista como um núcleo associativo que protege e organiza sentidos, construindo pontes entre o que vemos, pensamos ou sentimos e a forma como comunicamos isso.


E o que é símbolo?

Na semiótica, o símbolo é um tipo de signo. Diferente do ícone (que se parece com o que representa) ou do índice (que mantém uma relação causal ou física com o referente), o símbolo não se assemelha fisicamente ao que representa. Seu sentido depende de um acordo cultural para ser compreendido.


É por isso que símbolos variam tanto de interpretação: a balança pode simbolizar justiça, o coração pode significar amor, e um emoji pode ter sentidos diferentes dependendo do grupo, contexto ou época. O símbolo, portanto, só “funciona” porque há uma convenção social que sustenta seu significado.


Como eles se relacionam?

Podemos dizer, de forma simplificada, que a representação está contida no símbolo. O símbolo é a forma material (visual, verbal, sonora) que pode expressar uma ou várias representações. Por exemplo: a balança da justiça é um símbolo que pode carregar diferentes representações — desde a imparcialidade jurídica até ideias de equilíbrio ou equidade.


O símbolo é como uma “casca” material; a representação é o “conteúdo” que essa casca carrega. E esse conteúdo é vivo, dinâmico, disputado e reinterpretado no tempo e no espaço.


Para pensar…

Será que você enxerga o mundo mais pela lente das representações — atento às ideias e significados em constante transformação — ou pela ótica da semiótica, investigando as convenções culturais por trás dos símbolos?


Deixe seu ponto de vista nos comentários...





* Escritor e Pesquisador. Doutor, Mestre e Graduado em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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