Por João Gabriel Rodrigues*
É evidente que vivemos um momento histórico no país. Há vários motivos para isso. Porém, hoje, destaco apenas a questão da polarização política, que tem ditado o ritmo desse início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2023-2026).
Os ataques criminosos de 08/01 lançaram luz ao radicalismo violento da extrema direita. Por outro lado, à força dessa conjuntura, o Governo Federal tem "governado em cima do palanque", o que cria uma atmosfera de instabilidade.
As questões são:
1) O Governo permanecerá em campanha eleitoral até 2026?
Inclusive, sob esse aspecto, Lula já sinalizou que pode concorrer no próximo pleito, embora tivesse negado isso durante a campanha eleitoral de 2022.
2) A extrema direita continuará violenta, justificando, de certa forma, o posicionamento "político" do Governo durante os próximos anos?
Nesse ponto, é possível visualizar que, mesmo que não haja violência (física/material) haverá violência simbólica, ou seja, a extrema direita tende a permanecer barulhenta, sobretudo pela sua ampla representação no Congresso Nacional.
Ambos os questionamentos levantados acima têm um mesmo elemento norteador para ditar o rumo institucional do Brasil: me refiro ao campo jurídico.
A resposta da Leis, ou melhor, a velocidade da resposta jurídica do país será determinante para modular os avanços ou os retrocessos de nossa República.
Por ora, é possível perceber uma grande mobilização nacional para punir uma parcela dos terroristas e financiadores do terrorismo em Brasília, o que sinaliza boas perspectivas.
No entanto, se isso será suficiente para apaziguar os ânimos e criar uma atmosfera favorável para que o país avance nas pautas que realmente precisam ser discutidas, como a Reforma Tributária, somente o tempo dirá...
Justamente ele, o tempo, que, não somente nesse caso, é o ativo mais importante na atividade política. Por meio dele, poderemos (ou não) recolocar ao prumo esse empreendimento gigante e complexo chamado Brasil.
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* Sociólogo, cientista político e pedagogo; mestre em Educação e professor de Sociologia em Minas Gerais.
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