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DELTAN NA TV E ZANIN NO STF EM NOTAS RÁPIDAS



Por Alexandre Gossn*


DELTAN NA TV: A imprensa tradicional é necessária, mas é imprescindível que seja CRÍTICA e se paute pelo contraditório. O papel de torcida organizada da mídia durante a Lava Jato ajudou a operação a cometer barbaridades institucionais. Mas a coisa não estanca aí. Com sua cobertura acrítica e espetaculosa, a imprensa encobriu as GROTESCAS incapacidades, fraquezas jurídicas e desvios de conduta de Deltan Dallagnol como procurador chefe da operação. Neste sentido, a entrevista do ex-procurador no roda viva nesta semana foi um "striptease" completo da sua falta de preparo para ser líder de uma investigação, da sua falta de sagacidade para ser parlamentar e o principal: um fundamentalismo religioso combinado a um machismo tóxico. Se Deltan tivesse passado pelo mesmo escrutínio na época da Lava Jato, suas limitações teriam sido desnudas muito antes.


ZANIN NO STF: que o indicado pelo presidente é exímio advogado, profissional estudioso, trabalhador e uma pessoa discreta, como se pede de um juiz, é inegável. Acho bastante possível que seja um humanista e um bom futuro juiz. Mas a escolha do ponto de vista jurídico é ERRADA e por 03 motivos. Primeiro, a escolha por Zanin não cumpre a obrigação de se aumentar a representatividade da sociedade brasileira, caleidoscópica na base, mas branca, masculina, hétero e de meia idade nos centros de poder. Segundo, ZANIN é excepcional advogado, mas é FAMOSO e não NOTÁVEL. Não é a mesma coisa. Notável Saber jurídico é o que a CF exige, ou seja, alguém que é referência na doutrina, nos bancos acadêmicos e que, no mínimo, ajudou a formar algumas centenas ou milhares de alunos. Não tenho dúvidas de que pelo equilíbrio emocional e humildade que tem demonstrado, assim como pela pouca idade, Zanin pode vir a ser um dos notáveis, mas ainda não é. Ter sido advogado de um caso rumoroso não o torna um jurista festejado, mas sim um combativo patrono. E por último e o mais importante: a decisão fere o princípio da IMPESSOALIDADE, na medida em que a escolha recai por conta do vínculo personalíssimo que o escolhido desenvolveu com o presidente. Lula errou novamente, como errou a se alinhar automaticamente com Maduro quando bastava estender a mão à Venezuela.


Tags: #Brasil #Zanin #Deltan #RodaViva #TV #Direito #STF #Lula #Impessoalidade #SupremoTribunalFederal


* Pesquisador e Doutorando em Ciências Sociais junto ao Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra, com ênfase em Filosofia Política e Autoritarismos Contemporâneos. Escritor, Mestre em Direito Ambiental e Advogado.

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